terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Do Blog da Alcinéa Cavalcante

"R$ 1,7 bi é a dívida do Estado do Amapá contraída nos últimos oito anos. O tamanho do rombo foi anunciado ontem pelo governador Camilo Capiberibe (PSB). Ele acrescentou que até o final deste mês os compromissos que o governo precisa honrar chegam a R$ 205 milhões, mas que a arrecadação do Amapá – entre recursos federais e estaduais – não passa de R$ 167 milhões.
A ordem é cortar gastos.
Ao anunciar ontem a criação do Gabinete de Gerenciamento da Crise (GGC), Camilo disse que  as prioridades desse gabinete são a  redução dos contratos administrativos, gerências e diárias de servidores; corte da telefonia móvel – ou seja, acabar com farra de celular chapa branca -, controle da telefonia fixa e contingenciamento dos orçamentos das secretarias.
O GGC é formado pelo secretário de Planejamento Juliano Del Castillo, Procurador-geral do Estado Márcio Figueira, Auditor Geral Maurício Viana, secretária da Administração Sebastião Cristovão e Chefe da Casa Civil Kelson Vaz."





http://www.alcinea.com/sem-categoria/o-tamanho-do-rombo 

Direto da Internet II

Direto da Internet

Brasil dobra número de mestres e doutores em dez anos

Vinicius Konchinski
Da Agência Brasil
Em São Paulo
 
 
O número de mestres e doutores titulados no Brasil dobrou nos últimos dez anos. De 2001 a 2010, a quantidade de pesquisadores formados por ano no país passou de 26 mil para cerca de 53 mil, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De acordo com o órgão, só em 2010, 12 mil receberam o título de doutor e 41 mil o de mestre. Esses dados constam do balanço final do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação divulgado pelo governo federal no fim do ano passado.

O documento compila informações de vários órgãos ligados à pesquisa no país e avalia o resultado de um plano de investimento lançado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2007.

Segundo o documento, só em 2009, 161 mil estudantes estavam matriculados em programas de mestrado e doutorado de universidades brasileiras. O número equivale a 90% da soma dos mestres e doutores titulados no país de 2003 até 2009.

“Esses números são extremamente significativos”, afirmou o pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. “Para padrões latino-americanos, é um crescimento muito grande. Mas ainda temos que avançar”.

Em entrevista à Agência Brasil, Agopyan disse que o aumento na titulação de pesquisadores deve-se principalmente ao investimento governamental. Segundo ele, governo federal e de alguns estados como São Paulo, Paraná e Bahia entenderam a importância da pesquisa para o desenvolvimento do país e, por isso, passaram dar mais atenção ao setor.

Por conta disso, nos mesmos dez anos, o número de cursos de pós-graduação no país também cresceu. Em 2001, eles eram 1,5 mil. Já em 2009, subiram para 2,7 mil. Só as universidades federais têm quase 1,5 mil programas de mestrado ou doutorado.

Além disso, cresceu o número de bolsas de estudo concedidas a estudantes. Em 2001, a Capes e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concederam 80 mil bolsas de mestrado e doutorado. Em 2010, foram 160 mil.

Todo esse investimento, entretanto, não atingiu às expectativas do ministério. No lançamento do plano de ação, a previsão era de que o Brasil passasse a investir o equivalente a 1,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisas até 2010. O montante chegou a 1,25%.

“Empresas também precisam investir em pesquisa”, complementou Agopyan, apontando uma das falhas que o país precisa resolver. “O Brasil é grande. Precisamos formar pelo menos 20 mil doutores por ano”.

A China, por exemplo, investiu 1,44% do seu PIB em 2007. Com isso, formou 36 mil doutores. Já o Japão, um dos países mais inovadores do mundo, investiu 3,44% e formou 17 mil doutores em um ano.




http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/01/17/brasil-dobra-numero-de-mestres-e-doutores-em-dez-anos.jhtm

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Trabalhadores defendem que 10% do PIB brasileiro sejam aplicados em educação

Yara Aquino
Da Agência Brasil
Em Brasília
Trabalhadores da área de educação decidiram fazer no primeiro semestre deste ano uma marcha nacional a Brasília para reivindicar a garantia de financiamento adequado para a educação e a valorização profissional.

A decisão foi tomada no 31° Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a data da marcha será marcada pela nova diretoria da entidade, eleita na tarde de hoje (16), durante o encerramento do encontro.

Um dos principais temas em discussão no encontro foi o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) enviado pelo governo ao Congresso Nacional em dezembro. O plano estabelece 20 metas a serem alcançadas pelo país até 2020 e será discutido pelo parlamentares da próxima legislatura.

Os profissionais da educação discordam do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) a ser investido na educação, conforme proposto no plano. Por isso, assim que os novos deputados e senadores forem empossados, eles pretendem começar uma mobilização para mudar a proposta.

No plano consta a meta de aumentar os investimento públicos em educação de 5% para 7% PIB. O percentual, no entanto, é insuficiente, diz o presidente da CNTE, Roberto Leão.”Queremos 7% do PIB aplicados em educação agora e 10% em 2014. Hoje temos 5% do PIB e isso é pouco. Um país com o atraso que o Brasil tem na área de educação precisa de um grande investimento para melhorar.”

O secretário sindical da CNTE, Rui Oliveira, completa. “Investir 10% do PIB na educação é nossa proposta histórica.”

A valorização dos profissionais de educação também foi tema predominante nas discussões ocorridas no congresso da CNTE. “Isso engloba recomposição salarial, planos de carreira, passa por melhores condições de trabalho e uma jornada que permita ao professor planejar bem as aulas, ter tempo para corrigir as provas”, explica o presidente da confederação, Roberto Leão.

Um total de 2,5 mil trabalhadores participaram do 31° Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) começou no último dia 13 e foi encerrado na tarde de hoje.




http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/01/17/trabalhadores-defendem-que-10-do-pib-brasileiro-sejam-aplicados-em-educacao.jhtm
Os carimbos dos programas sociais.


A presidente Dilma Rousseff está iniciando um processo que poderá tirar dos programas de transferência de renda, do governo federal, os carimbos de eleitoreiros que ganharam ao longo do governo Lula. Dilma determinou que todos os beneficiários desses programas, passem por treinamentos nas instituições vinculadas ao Sistema S, no sentido de se tornarem menos dependentes das benesses oficiais.

A decisão da presidente deve contribuir para diminuir a pressão que muitos políticos fazem sobre os programas, transformados em instrumentos de caça ao voto, como aconteceu no Amapá até o final do ano passado. Muitas pessoas atendidas, até hoje acreditam que a bolsa família, por exemplo, é um gesto de bondade do governador do Estado, de sua mulher, de amigos e correligionários, e que podem perder os “favores”, caso não votem neles, ou em seus indicados. E tudo sempre foi feito para manter essa convicção, e muito pouco, quase nada para corrigi-la. Tome-se como exemplo a forma usada para efetuação dos pagamentos, e a indicação política de beneficiários. Até hoje não se encontrou maneira de pagar os programas estaduais, como o Renda para viver melhor, pela rede bancária.

No início desta semana circularam notícias sobre o pedido feito pela secretaria Ely Almeida, da Inclusão Social ao Ministério Público. Para que este faça o acompanhamento do recadastramento que a Secretaria vai fazer. É um bom começo, mas ainda é pouco. É preciso acabar com a enganação que vinha sendo praticada, afastando a influência política de programas que são pagos com dinheiro público, informando os beneficiários, com a mais absoluta clareza, que eles não devem favor a ninguém. Se secretária Ely Almeida aprofundar a decisão de dar respeitabilidade às ações de execução dos programas de transferência de renda, estará, certamente, produzindo um dos maiores avanços do governo Camilo Capiberibe, que ora começa a sua jornada no Amapá.



http://www.correaneto.com.br/site/?p=4478#more-4478
Comissão trabalhará no organograma do projeto de banda larga.


No início desta semana, o Centro de Gestão da Tecnologia da Informação (Prodap), realizou uma reunião interna para a criação da comissão responsável pela continuidade do projeto de banda larga no Estado. Ficou decidido que a comissão organizadora será responsável por coordenar os levantamentos distribuídos em diversas linhas de ações, conforme divididas nas subcomissões.

Segundo o diretor do Prodap, José Alípio Diniz de Moraes Junior, haverá uma subcomissão para cada linha. Uma comissão para projetos federais irá analisar, junto aos Ministérios, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), quais ações estão sendo tomadas em prol do Amapá.

A comissão de projetos locais irá analisar o que os provedores de acesso e de telefonia estão trazendo para o Estado, bem como buscar o apoio da Agência de Desenvolvimento do Amapá (ADAP), sobre o projeto a partir da Guiana Francesa. Além disso, a direção informa ainda, que tem a intenção de trabalhar em conjunto com a ADAP nesta subcomissão.
De acordo com a analista de sistema de informação, Márcia Ribeiro, a princípio a subcomissão fará o levantamento de informações técnicas sobre a infraestrutura existente junto aos provedores. O Prodap espera agregar colaboradores para fortalecer o projeto, com intuito de assegurar em um menor espaço de tempo possível, a implantação do projeto banda larga no Amapá.

A conclusão do estudo está prevista para o dia 28 de janeiro, onde será possível decidir como e quando buscar os projetos de banda larga, bem como firmar parcerias no mesmo sentido.


http://www.correaneto.com.br/site/?p=4476#more-4476

sábado, 15 de janeiro de 2011

Dicas do Blog

Aqui vai dois novos Blogs, o primeiro é o Blog do 4º Batalhão de Polícia Militar que fica localizado no município de Santana e o outro é um Blog que conta um pouco da história do município, chamado Memorial Santanense. Basta clicar nos links ou ir na coluna Vale a Pena Conferir!
Contrato administrativo: Seed fará processo seletivo
A prioridade será a redução dos contratos administrativos e investir os recursos que sobrarem na educação

A Secretaria de Estado da Educação (Seed), por meio da secretária Miriam Corrêa, informou na tarde desta sexta-feira (14), que foi solicitado a disponibilidade de dois servidores da área de recursos humanos da Secretaria de Estado da Administração (Sead), para que eles componham a comissão responsável pela elaboração do edital do processo seletivo de contratos administrativos de 2011.

Ela destacou ainda que, em 2010 o quadro da Seed tinha 2.141 contratos. Porém, foi identificado que 800 não estavam desempenhando nenhuma atividade, uma vez que, o prédio da Secretaria não comporta. Já os outros 516 do quadro estadual e os 203 do quadro federal estavam à disposição de outros órgãos.

“Alguns desses servidores só vinham até a secretaria para assinar ponto, por isso dentre eles, verificaremos quais os que têm a formação necessária para ocuparem as nossas áreas de carência e vamos mandar todos para a sala de aula”, afirmou Miriam.

Ela comunicou ainda que, já foi requerido pela Seed para que estes outros órgãos detectem estes servidores e que manifestem ou não o interesse de permanecerem com os mesmos, porém, se ficarem lotados nos locais atuais, as secretarias terão que assumir 100% os seus ônus.

“O que não pode é a secretaria pagar com o recurso da educação que já é pouco, para que o servidor desempenhe atividade em outra unidade do estado, a intenção não é enfraquecer nenhum órgão de governo, mas a ideia é fazer que cada um pague com a folha que tem”, explicou a secretária.



Núcleo de Jornalismo Institucional
Assessor de Comunicação
Secretaria de Estado da Comunicação

Falta de vagas na educação infantil ainda é problema em todo o país

Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília


Em todo início de ano letivo, mães de crianças até 5 anos de idade passam pela mesma dificuldade para conseguir vaga para seus filhos em escolas de educação infantil. O déficit no país ainda é grande: apenas 18,4% da população de 0 a 3 anos estão matriculados em creches, segundo dados de 2009. Na pré-escola, a situação é um pouco melhor: cerca de 80% dos brasileiros de 4 e 5 anos estão na escola, mas ainda há uma demanda grande a ser atendida.

Só em 2009 o Brasil incluiu a pré-escola entre as etapas obrigatórias da escolarização – até então apenas o ensino fundamental era compulsório. Como não havia a obrigação de receber todos os alunos, os municípios ainda não conseguem atender a demanda. A proposta de emenda à Constituição (PEC) que ampliou esse direito prevê que até 2016 todos as crianças de 4 e 5 anos deverão estar matriculadas.

“A tarefa dos municípios é gigantesca para universalizar a matrícula de 4 e 5 anos. Teremos que contratar mais professores, além de toda a estrutura física, equipamentos”, explica o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches.

Para dar conta da universalização das matrículas da pré-escola até 2016, Sanches recomenda que os municípios se programem desde agora. “A PEC atinge a próxima gestão e não essa. Mas os atuais prefeitos precisam começar o planejamento da ampliação agora, fazer as contas para que possamos atingir a meta”, afirma. Na avaliação dele, essa tarefa só será possível com apoio da União e a entrada de “dinheiro novo”.

No caso da creche, o déficit é ainda maior. Ainda que muitas famílias prefiram manter a criança em casa até os 3 anos, a fila de espera nas secretarias municipais de Educação costuma ser longa. Em São Paulo (SP), por exemplo, 125 mil crianças esperam por uma vaga em creche e 42 mil na pré-escola. Não há um levantamento sobre a demanda real por vagas em creche, mas Sanches calcula que o caminho é grande.

“Não é fácil atender essa matrícula porque ela é a mais cara. Geralmente, o atendimento é em tempo integral e isso custa mais, quase o dobro do ensino fundamental”, explica o presidente da Undime. Entretanto, foi a creche a etapa que registrou maior crescimento no número de matrículas entre 2009 e 2010: 9%.

O Distrito Federal recebeu 22 mil pedidos de novas matrículas na educação infantil para 2010, mas o déficit ainda é de cerca de 2 mil vagas. Uma das crianças que não conseguiu a matrícula foi o neto de Maria Ivoneide Santos, de 32 anos, moradora de Santa Maria, cidade do Distrito Federal. Doméstica, ela teve que matriculá-lo numa creche particular, que consome R$ 250 do seu orçamento mensal.

“Desde que ele era bebê a gente tenta e não consegue. Como a gente trabalha, é difícil cuidar dele. Esse dinheiro faz muita diferença no fim do mês, ainda mais que eu moro de aluguel”, explica. A filha de Ivoneide engravidou aos 14 anos e ela teve que assinar um termo no conselho tutelar comprometendo-se que a filha voltaria para a escola.

“No começo não tinha vaga no período noturno e ela tinha que levar o bebê para a escola. Já pedimos ajuda ao conselho tutelar para conseguir essa vaga para ele na creche, mas ainda não deu certo”, lamenta. 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/01/12/falta-de-vagas-na-educacao-infantil-ainda-e-problema-em-todo-o-pais.jhtm
Ponto fora da curva
Prêmio Jovem Cientista 2010 mostra que exemplos de sucesso na iniciação à pesquisa no ensino médio se constroem por iniciativas pontuais, sem apoio efetivo das escolas
 
Marta Avancini*



As dificuldades para se locomover de casa ao trabalho fizeram, ironicamente, com que o jovem Ricardo da Silva Logrado Júnior obtivesse o maior feito de sua até aqui curta vida. Filho de funcionários públicos aposentados - os pais eram assistentes administrativos do Ministério do Desenvolvimento Agrário -, Ricardo acaba de conquistar o Prêmio Jovem Cientista 2010, categoria Ensino Médio.

Até o ano passado, o rapaz, então estudante do Centro de Ensino Médio 04 de Santa Maria, cidade-satélite de 120 mil habitantes a 30 km de Brasília, ia e voltava diariamente ao plano piloto da capital para trabalhar no Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde fazia estágio. A atenção que dispensou aos fenômenos do entorno o levaram  a desenvolver um filtro capaz de absorver poluentes emitidos por ônibus urbanos, invenção que o fez conquistar o prêmio.

Sua experiência como usuário de transporte coletivo desencadeou o processo de desenvolvimento do filtro. "Sou usuário de ônibus e, durante as viagens, ficava impressionado com a quantidade de fumaça que eles lançam na atmosfera", conta o jovem de 18 anos, que despendia quase duas horas e meia diárias no transporte. Da ideia à execução do projeto foram quase dois anos de pesquisa em bibliotecas e na internet, contatos com pesquisadores de instituições como a Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP) e testes realizados nos ônibus que transportam os funcionários do TST.

"Sempre que ficava sabendo de um especialista, entrava em contato para me informar sobre materiais e técnicas", diz o jovem. O fato de ele fazer estágio na área de transportes do TST também favoreceu o desenvolvimento do filtro. "Foi uma coincidência que ajudou no projeto. O pessoal do STJ me deu apoio. Tive ajuda com materiais e pude fazer os testes nos ônibus que transportam os funcionários." Além disso, tirou do próprio bolso cerca de R$ 300 para comprar material.

De conversa em conversa, de ajuda em ajuda, Ricardo conseguiu desenvolver o equipamento que lhe garantiu o primeiro lugar entre 1.925 jovens de ensino médio que concorreram ao Jovem Cientista. Além de assegurar o prêmio a um aluno esforçado, o equipamento pode, efetivamente, colaborar para solucionar um dos problemas que mais afetam a qualidade de vida nas grandes cidades: a poluição urbana.

De acordo com Ricardo, seu filtro é mais eficiente e mais barato do que os equipamentos semelhantes existentes no mercado. "Um filtro custa cerca de R$ 800 e consegue absorver 50% da fumaça emitida, o meu produto chega às lojas por R$ 60 e absorve cerca de 80%". A manutenção é outro diferencial, conta o estudante: enquanto os filtros convencionais precisam de limpeza uma vez por semana, o de Ricardo necessita passar pelo processo apenas uma vez a cada dois meses. Sem contar que parte dos poluentes absorvidos pelo filtro pode ser reaproveitada para a fabricação de pneus.

Ele conta que gostaria que seu filtro fosse produzido e utilizado em larga escala, mas ainda não decidiu se vai vender a ideia para uma empresa ou procurar outros meios para viabilizar sua produção. Depois da conquista, planeja estudar engenharia automotiva na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, estuda relações internacionais.

Empenho e iniciativa
A conquista de Ricardo, entretanto, traduz seu empenho pessoal. Quem afirma é a professora Vânia Lúcia Costa Alves Souza, que leciona geografia e o orientou na elaboração do relatório para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - órgão responsável pelo prêmio ao lado da Fundação Roberto Marinho e da Gerdau. Ricardo também contou com o apoio de seu professor de química, Rhannier Sodré. Ambos concordam que casos como o de Ricardo são exceção.

"Ele sempre se destacou por ser muito interessado e ter muita iniciativa", diz Vânia. Por isso, afirma Rhannier, conseguiu desenvolver seu projeto de maneira independente. "Se precisasse do laboratório da escola para realizar os testes, provavelmente não conseguiria", diz o professor. Isto porque, a exemplo do que ocorre em muitas escolas Brasil afora, o Centro de Ensino Médio 04 tem um laboratório de química, mas os docentes e alunos não têm reagentes para realizar experimentos. "A escola pública precisa, urgente, de recursos", completa Vânia.

Atualmente, Rhannier está desenvolvendo um trabalho com um grupo de alunos sobre chuva ácida em parceria com estudantes da UnB. "É um trabalho interessante, mas poucos alunos se interessam e as condições para execução são precárias."

Ou seja, se Ricardo dependesse da estrutura existente no ensino público brasileiro na área de ciências, o final da história provavelmente seria outro. Por isso, seu caso remete a uma questão: quantos estudantes poderiam estar no lugar de Ricardo - ou pelo menos participando de iniciativas como o Prêmio Jovem Cientista -, se as condições para o ensino de ciências fossem (significativamente) melhores?

Estrutura precária
Alguns números ajudam a dimensionar o problema, que envolve dois dos pilares da aprendizagem: infraestrutura e docentes qualificados. A infraestrutura deixa a desejar: de acordo com o Censo Escolar de 2009, pouco mais de metade dos alunos do ensino médio (56,1%) estudam em escolas com laboratório de ciência. 

Já os problemas da qualificação docente são bastante conhecidos; estimativa realizada em 2008 pelo Ministério da Educação calculava em 240 mil o déficit de docentes, principalmente nas disciplinas de exatas e biológicas.

Para Silvia Martins, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), esse quadro evidencia que, na Educação Básica, o estudo de ciências é relegado a um plano secundário. "Há cada vez menos escolas realizando e participando de feiras de ciências, há falta de laboratórios e onde eles existem são subutilizados, com pouco incentivo para a carreira docente, especialmente nessa área", analisa Silvia, que também é coordenadora do Museu Diversão com Ciência e Arte da UFU.

"Não existe um incentivo estrutural para a escola se envolver com ciências", acrescenta. Evidência disso é o fato de que, no âmbito da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, não existem iniciativas específicas para fortalecer o ensino de ciências nas escolas, de acordo com a assessoria de imprensa.

Este cenário, complementa a professora da UFU, gera desestímulo nos alunos e professores e, com isso, muitos jovens perdem a oportunidade de desenvolver suas habilidades no campo das ciências. "Não há como aprender ciência só na teoria." 

Formando cientistas
A modificação desse cenário depende de uma mudança de mentalidade e do fortalecimento de iniciativas já existentes, como o prêmio Jovem Cientista e os programas de iniciação científica do CNPq destinados a alunos do ensino médio. "São luzes no final do túnel", diz Silvia. Mas sem a melhoria da qualificação dos docentes e de suas condições de trabalho, todo o esforço corre o risco de ser em vão. "Hoje, são raros os professores que têm conhecimento e paixão pelo que fazem."

Ainda que a formação docente deixe a desejar, a vice-presidente do CNPq, Wrana Panizzi, defende que o fortalecimento das ações de estímulo à produção de ciência na Educação Básica em curso pode impactar positivamente nesse cenário.

Hoje, o CNPq mantém duas iniciativas nessa área: o programa de Iniciação Científica Júnior (criado em 2005 e desenvolvido em parceria com as fundações estaduais de amparo à pesquisa) e o programa de Iniciação Científica no Ensino Médio (Pibic - EM).

O Pibic - EM é novo. Foi lançado em junho de 2010 e propõe um modelo que, na opinião de Wrana, pode fortalecer a produção de ciências nas escolas. "O programa tem o objetivo de envolver instituições de ensino superior no desenvolvimento de projetos de educação científica em escolas públicas", explica.

Para participar, as instituições selecionadas têm de criar um programa de educação científica e tecnológica com os alunos em parceria com escolas de nível médio. As universidades serão responsáveis pelas cotas de bolsas a serem distribuídas a alunos das escolas.

O primeiro edital do Pibic - EM prevê 8 mil bolsas, que se somam a outras 4 mil do programa de Iniciação Científica Júnior. Quantidade muito pequena em relação ao  número de matrículas nas escolas públicas de ensino médio: 7,3 milhões. "Estamos avançando, mas é preciso ampliar muito o número de bolsas", admite a vice-presidente do CNPq.

Para isso, seria necessário investir mais dinheiro não somente em bolsas, mas também em programas de estímulo ao professor.

Iniciativa privada
O envolvimento de entidades ligadas ao setor privado em ações no campo da educação científica é outra via que pode colaborar para fortalecer essa área. O prêmio Jovem Cientista é um exemplo de como isso pode ser feito: a Fundação Roberto Marinho e a Gerdau, responsáveis pela divulgação do prêmio no nível do ensino médio, realizaram em 2010 um trabalho intenso de difusão, que colaborou para a duplicação do número de inscrições na categoria ensino médio.

Segundo Marcia Pinto, coordenadora de projetos da Fundação Roberto Marinho, foram produzidos e distribuídos  3 mil exemplares de uma publicação sobre o tema do prêmio em 2010 - Energia e Meio Ambiente: Soluções para o Futuro. Destinado a professores, o material contém subsídios e orientações sobre como desenvolver projetos nessa área e, dessa forma, incentiva a participação no prêmio.

A professora da Federal de Uberlândia, Silvia Martins, vê esse tipo de iniciativa como positiva, embora considere que sem o fortalecimento das ações do poder público na educação não se promoverá a educação científica em larga escala.

Ou seja, sem uma mudança de mentalidade e ações efetivas no campo da educação científica, o Brasil continuará a ocupar as piores posições entre os países que participam de avaliações internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Assim, boas ideias como o filtro desenvolvido por Ricardo continuarão a ser apenas boas ideias.

* A jornalista Marta Avancini viajou a Brasília a convite da organização do Prêmio Jovem Cientista



http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=13045

Férias para quê?

 
 
Por Içami Tiba
 


Apesar de todos os que pelo trabalho produzem algo que possa gerar dinheiro quererem usufruir das suas férias, nem todos conseguem “tirar suas férias” adequadamente. Para quem tem serviço próprio, as férias tomam espaços aleatórios e não raros são ocupados pelo próprio serviço. Os assalariados recebem férias obrigatórias. Os feriantes podem fazer o que quiserem com suas férias, inclusive vender este tempo ao seu próprio patrão e continuar o serviço que estava fazendo... Férias tem o sentido de descanso pelo que foi feito e preparo para o que precisa ainda ser feito.

Das 8.760 horas anuais existentes, descontando 2.680 horas que dorme, 1.920 que trabalha regularmente 8 horas por dia e 720 horas de férias, ficarão 3.440 horas, incluindo feriados e finais de semana, que serão consumidas pelo custo e estilo, voluntário ou imperioso, de vida em: filas; trânsitos; afazeres pessoais; comer e cuidar-se; dormir; amar; compromissos outros de complementação de renda; obrigações sociais e familiares; lazer e diversão; esportes e cuidados com a saúde; investimentos profissionais etc. A qualidade de vida não se mede somente pelas férias, mas pelas 3.440 horas durante os 11 meses de trabalho.

Você nunca fez esta conta? Para 720 horas de férias anuais, desperdiçamos 3.440 horas por ano em estilo de vida que levamos. Cada um sabe onde, quanto e como consome estas horas feriadas. Se não souber, é bom que saiba para ser dono, e não escravo, do seu tempo.

Profissões há como a dos professores, que além das horas trabalhadas nas aulas, consomem horas feriadas para o trabalho extra-aulas. Todas as profissões alheias parecem o gramado do vizinho que é sempre mais verde que o nosso. Cada um sabe dos próprios sacrifícios, mas desconhece os dos vizinhos.

Não é para classificar qual é a melhor profissão, mas a dos professores em salas de aulas não é das mais fáceis. Já ouvimos muitos arautos do futuro dizendo que a salvação do Brasil está nas mãos dos educadores. É preciso muita sabedoria para poder usufruir das merecidas férias e não simplesmente consumi-las.

Férias escolares quem tem são os alunos porque professores entram em recesso, que não é férias, pela obrigação que têm de estarem à disposição da Instituição do Ensino para atividades que envolvam reuniões e workshops pedagógicos, avaliações, planejamentos e preparações para o semestre seguinte. Os professores têm direito às férias como outros profissionais, marcadas de acordo com as diretrizes da Instituição. É preciso muita sabedoria para saber usufruir e não se deixar levar pelo ritmo dos outros não feriantes.

Dentro do possível, professores poderiam desfrutar da falta de compromisso e horários para alimentar o corpo e a alma com o que realmente lhes seja prazeroso: cuidar-se; leitura, música, teatros, filmes, televisão, Internet, jogos que ficaram para trás; dar-se um SPA; viajar com amigas; folgar como jovem em casa; atividades manuais sem correria nem obrigatoriedade etc.

Professores sufocados podem ser levados pelo próprio costume a se sufocarem para manterem as folgas alheias – familiares, amigos, parentes – e transformarem suas férias em pesadelos que geram necessidades de voltar urgentemente ao trabalho, doce trabalho!



http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/2011/01/05/ferias-para-que.jhtm

Poemas da Beth Zhalouth

Minha poesia saiu de férias 



Arrumei a rima
sem rumo

Arruinei a rinha

Livre,  solta, a palavra louca
-a língua  no céu da boca

A lua cheia beija o céu
-viaja versinho no papel

Nada séria,
a ideia pingou aérea

Lunático verso eu quisera
-quimera

Meu verso clichê
de tanto mel, 
melou

Falso dossiê,
malou

Pouca mola
-não esticou

Mudo:
uma mula


Poesia sincera, azeda
Sensata, azara
Zero voto, se desenhar a cara desse país


Poesia inútil, que se
  apega em coisa particular
Intraduzível, fútil


Tipo insosso:
 palavrinha chula ou fria
Relógio mudo,
casa vazia


Dissabor de amor
mofa na prateleira
Poesia morta,
 torta


Cidade ou personalidade
repaginada em poema,
águia velha sem voo
Marulho, enjoo


Poesia, qual deve ser sua matéria?
A vaidade de quem  te escreve
ou a piedade de quem te lê?
O duelo das palavras 
ou o elo das?
Sua falência? Ou sua resistência?
Sua reinvenção? Ou não?


poesia cara de sapucaia


 milagre
 malabarismo
 maracutaia

 Meu poema de tanto poemar 
fadigou
bocejou
entediou


Meu verso-reverso
desparafusou


meu poema se safou
licenciou
escafedeu-se
escapuliu


conceber as rimas em outro clima...
volver as horas em anarquia...
recompor energia...


meu poema feriou 

http://bethzhalouth.blogspot.com/2010/12/o-dia-em-que-o-poema-entrou-ou-saiu-de.html

Obrigado pela presença de vocês!

 


Como administrador do Blog só tenho a agradecer as 1000 visitas, pois isso demonstra que a ferramenta possui um público cativo. Em 2011 continuaremos a apresentar aqui as principais notícias de interesse educacionais além é claro, de compartilhar experiências vividas pelos professores e alunos da Escola Everaldo.

Nesse período de férias o Blog andará bem devagar, mas apartir dessa semana começará a ser atualizado, ja se preparando para o reínicio das aulas. Estaremos informando sempre que possível tudo que ocorre  em nossa querida escola.

Novamente agraço aos 1000 visitantes, e espero contar com a presença de todos no ano corrente e lembrando sempre: O Blog é uma ferramenta de interação entre todos os setores da escola Everaldo.

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