Os carimbos dos programas sociais.
A presidente Dilma Rousseff está iniciando um processo que poderá tirar dos programas de transferência de renda, do governo federal, os carimbos de eleitoreiros que ganharam ao longo do governo Lula. Dilma determinou que todos os beneficiários desses programas, passem por treinamentos nas instituições vinculadas ao Sistema S, no sentido de se tornarem menos dependentes das benesses oficiais.
A decisão da presidente deve contribuir para diminuir a pressão que muitos políticos fazem sobre os programas, transformados em instrumentos de caça ao voto, como aconteceu no Amapá até o final do ano passado. Muitas pessoas atendidas, até hoje acreditam que a bolsa família, por exemplo, é um gesto de bondade do governador do Estado, de sua mulher, de amigos e correligionários, e que podem perder os “favores”, caso não votem neles, ou em seus indicados. E tudo sempre foi feito para manter essa convicção, e muito pouco, quase nada para corrigi-la. Tome-se como exemplo a forma usada para efetuação dos pagamentos, e a indicação política de beneficiários. Até hoje não se encontrou maneira de pagar os programas estaduais, como o Renda para viver melhor, pela rede bancária.
No início desta semana circularam notícias sobre o pedido feito pela secretaria Ely Almeida, da Inclusão Social ao Ministério Público. Para que este faça o acompanhamento do recadastramento que a Secretaria vai fazer. É um bom começo, mas ainda é pouco. É preciso acabar com a enganação que vinha sendo praticada, afastando a influência política de programas que são pagos com dinheiro público, informando os beneficiários, com a mais absoluta clareza, que eles não devem favor a ninguém. Se secretária Ely Almeida aprofundar a decisão de dar respeitabilidade às ações de execução dos programas de transferência de renda, estará, certamente, produzindo um dos maiores avanços do governo Camilo Capiberibe, que ora começa a sua jornada no Amapá.
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