Arrumei a rima
sem rumo
Arruinei a rinha
sem rumo
Arruinei a rinha
Livre, solta, a palavra louca
-a língua no céu da boca
A lua cheia beija o céu
-viaja versinho no papel
Nada séria,
a ideia pingou aérea
Lunático verso eu quisera
-quimera
Meu verso clichê
de tanto mel,
melou
melou
Falso dossiê,
malou
Pouca mola
-não esticou
Mudo:
uma mula
Poesia sincera, azeda
Sensata, azara
Zero voto, se desenhar a cara desse país
Poesia inútil, que se
apega em coisa particular
Intraduzível, fútil
Tipo insosso:
palavrinha chula ou fria
Relógio mudo,
casa vazia
Dissabor de amor
mofa na prateleira
Poesia morta,
torta
Cidade ou personalidade
repaginada em poema,
águia velha sem voo
Marulho, enjoo
Poesia, qual deve ser sua matéria?
A vaidade de quem te escreve
ou a piedade de quem te lê?
O duelo das palavras
ou o elo das?
Sua falência? Ou sua resistência?
Sua reinvenção? Ou não?
poesia cara de sapucaia
milagre
malabarismo
maracutaia
Poesia sincera, azeda
Sensata, azara
Zero voto, se desenhar a cara desse país
Poesia inútil, que se
apega em coisa particular
Intraduzível, fútil
Tipo insosso:
palavrinha chula ou fria
Relógio mudo,
casa vazia
Dissabor de amor
mofa na prateleira
Poesia morta,
torta
Cidade ou personalidade
repaginada em poema,
águia velha sem voo
Marulho, enjoo
Poesia, qual deve ser sua matéria?
A vaidade de quem te escreve
ou a piedade de quem te lê?
O duelo das palavras
ou o elo das?
Sua falência? Ou sua resistência?
Sua reinvenção? Ou não?
poesia cara de sapucaia
milagre
malabarismo
maracutaia
Meu poema de tanto poemar
fadigou
bocejou
bocejou
entediou
Meu verso-reverso
desparafusou
meu poema se safou
licenciou
escafedeu-se
escapuliu
licenciou
escafedeu-se
escapuliu
conceber as rimas em outro clima...
volver as horas em anarquia...
recompor energia...
recompor energia...
meu poema feriou
http://bethzhalouth.blogspot.com/2010/12/o-dia-em-que-o-poema-entrou-ou-saiu-de.html
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