A expressão é de um economista envolvido no debate sobre o orçamento público, faz referência à situação caótica em que o Estado se encontra, e ao Tribunal de Justiça, que pretende abocanhar uma gorda fatia de 210 milhões de reais, do bolo minguado dos recursos que o Amapá terá disponíveis em 2011. A questão do orçamento do Estado do Amapá para o próximo ano virou um escândalo, que assumiu proporções bem maiores quando a sociedade tomou conhecimento do que a Assembléia Legislativa e o Tribunal de Contas estão fazendo com o dinheiro do orçamento de 2010.
A agitação em torno do assunto foi se avolumando na medida em que mais detalhes da situação eram divulgados, e entidades da sociedade civil, à frente o Instituto Raça Humana, tornavam públicos os descalabros cometidos, principalmente, dentro da Assembléia Legislativa do Estado, de onde os deputados se ausentaram, fugindo de uma audiência pública que iria debater o orçamento. Apenas três se fizeram presentes. Mas a insistência valeu à pena.
Encontros sucessivos chegaram a apontar para a possibilidade de Assembléia e TCE aceitarem uma redução nos percentuais estabelecidos pela LDO. E então surgiu um novo complicador: o Tribunal de Justiça do Estado que tem previstos R$ 146 milhões, pretende aumentar para R$ 210 milhões a sua participação no bolo orçamentário. E nem sombra de querer dizer como vai gastar essa dinheirama toda. Aliás, quando se trata do uso de dinheiro público, muito poucos têm interesse em dizer para o dono dele, o povo, em que será gasto. Essa, digamos, tendência, atrapalhou as negociações, e provocou reações como a do economista citado lá no início deste texto, que não compreende como o Tribunal de Justiça pode pretender se tornar uma ilha de excelência num mar de problemas, de miséria. O governo das festas, da “harmonia” e das “obras estruturantes” acaba em três dias, deixando um rombo de R$ 800 milhões, o oficial, segundo a CGU, e sabe Deus quanto mais, segundo o que ainda não foi levantado. Somos um Estado falido, cuja recuperação é responsabilidade de todos, inclusive dos “deuses” do Olimpo da General Rondon que não podem, em nome de suas facilidades, jogar no fundo do poço as dificuldades do povo do Amapá. E à propósito disso tudo, fez-se certo silêncio nos últimos dias, e hoje, terça-feira, 28, é o dia em que a Assembléia vai votar o orçamento de 2011. As perspectivas não são as melhores, mas seja lá o que Deus quiser.
fonte: http://www.correaneto.com.br/site/?p=4049#more-4049
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